
A briga pela posse de um lote vago, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, virou caso de polícia e gerou um suposto crime de injúria racial contra uma advogada. A vítima, que foi chamada a trabalho, teria sido chamada de “pretinha comedora de feijão cru”. O caso aconteceu nessa terça-feira (1).
Segundo registrado pela Polícia Militar (PM), que foi acionada, a confusão teria começado quando um homem, alegando ser dono de um lote na avenida dos Trompetes, reclamou que outro homem teria invadido a propriedade e se recusava a deixar o local.
Já o suposto invasor também alegou ser o proprietário e teria dito que estava no lote para fazer a limpeza e construir muros ao redor.
Ambos apresentaram documentos que, na versão deles, comprovam a posse, entretanto com divergência de datas: no documento do homem que fazia a limpeza, constava data de 1999, e do outro, data de 2020.
Sem conseguir chegar a um acordo, o homem que fazia a limpeza teria chamado um irmão – que alegou ser policial civil, mas que, na realidade, segundo o boletim de ocorrência, é um agente penitenciário. Já o outro teria acionado a advogada.
Quando todos estavam presentes, o agente teria se irritado e chamado a mulher de “advogada pretinha, comedora de feijão cru”. A PM foi acionada e encaminhou os envolvidos à Delegacia de Plantão de Contagem.
No local, segundo o investigador que estava de plantão, a advogada optou por não representar o caso, ou seja, não registrar a ocorrência de imediato.
Por telefone, uma conhecida da vítima informou que a mulher vai levar o caso ao Ministério Público e que vai solicitar apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). A reportagem não conseguiu contato com a vítima.
A ocorrência foi registrada como esbulho possessório, que é quando alguém perde a posse de algo em função de uma ação de outra pessoa.