
Uma advogada de 31 anos foi presa, nessa terça-feira (18), em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, suspeita de ser a responsável por arquitetar um plano para tirar o marido da Penitenciária Nelson Hungria, no mesmo município. Para que o plano desse certo, um carro foi plotado com adesivos que remetiam ao sistema prisional do Estado.
De acordo com o boletim de ocorrência da Polícia Militar, o caso foi descoberto pelo setor de inteligência da corporação. Militares deslocaram até um prédio na rua Damas Ribeiro, no bairro Eldorado, onde a mulher mora mora.
Nos fundos do estacionamento foram localizados dois carros: um Peugeot, com queixa de roubo do dia 5 de dezembro no bairro Jardim Industrial, na mesma cidade, e um Renault, idêntico aos veículos do sistema prisional e que tinha escrito Grupo de Escolta Tática Prisional (Getap).
O carro também tinha uma queixa de roubo do dia 5 de novembro,no bairro Gutierrez, região Oeste da capital.
No carro foram localizados uma chave do apartamento da suspeita, um revólver calibre 38 com a numeração raspada, coletes com emblemas do sistema prisional, outros equipamentos geralmente usados por agentes penitenciários e vários miguelitos – ferros retorcidos usados para que possam furar pneus.
A advogada foi encaminhada à Delegacia de Plantão de Contagem. A reportagem de O TEMPO aguarda um posicionamento da Polícia Civil.
Resposta da Seap:
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informa que existem protocolos de segurança que não permitiriam a entrada de pessoas estranhas ao sistema prisional, muito menos o deslocamento de presos sem demanda da Justiça, ainda que se utilizasse de subterfúgios como falsas viaturas e vestimentas típicas do sistema prisional. As investigações criminais ficam a cargo da Polícia Civil.
A suspeita não deu entrada em nenhuma unidade prisional da Seap, até o momento. Não informamos sobre transferências e/ou deslocamentos de presos, por razões de segurança.
Amor bandido
Ainda conforme a polícia, a mulher é companheira de um homem conhecido pelo apelido de Chacal. Ele tem uma ficha criminal extensa.
Em 2015, integrantes de uma quadrilha foi presa em três cidades da região metropolitana de Belo Horizonte – Contagem, Nova Lima e Ribeirão das Neves – suspeitos de participação no latrocínio – roubo seguido de morte – de um policial militar.
Os presos teriam ligação com a quadrilha de Chacal, responsável pelo tráfico de drogas na capital e cidades ao redor. Na época, o homem já estava preso e as penas, somadas, já passavam de 60 anos de reclusão.
Entre os presos da quadrilha estava uma mulher de 29 anos, que não era a advogada, mas foi apontada, na situação, como companheira e braço direito de Chacal.