
Barba e cabelos brancos, longos, aquela barriguinha generosa. O perfil parece perfeito para o trabalho de Papai Noel. A poucos dias do Natal, a espera era que aparecessem várias propostas de trabalho. Mas nem para o seu Benedito Pereira Andrade, de 73 anos, a vida anda fácil.
Pelas ruas de Pouso Alegre, no Sul de Minas, o aprendiz de bom velhinho chama atenção pelo visual. “Eu passo perto de ônibus, a criançada chama, carro passa e me chama: ô Papai Noel, cadê meu presente?”.
Foi justamente o visual típico que chamou atenção do jornalista Magson Gomes. Enquanto gravava vídeos de trabalho, viu o seu Benedito e decidiu gravar um depoimento sobre o Natal.
“Vi aquele senhor de barba branca, cabelo branco, barrigudinho, conversando com outra pessoa. Cheguei com o celular gravando e fui perguntando se ele estava de folga. Aí ele, naturalmente, contou a história que está desempregado”, conta Magson.
O vídeo chamou atenção nas redes sociais, mas o trabalho ainda não veio. Por que o seu Benedito ainda não está alegrando as crianças em lojas ou eventos?
“Não tá fácil, tá ruim a coisa. Principalmente pra esse Papai Noel aqui, pé frio. Eles pegam mais pessoas de fora, de empresa, ou não vão com a cara da gente. O sotaque da gente é de caipira. Preferem a outra pessoa. O outro quer pegar um biquinho também”.