Reunião discute a docência compartilhada em Juiz de Fora, MG

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Reunião foi realizada na secretaria de Educação em Juiz de Fora — Foto: Reprodução/TV Integração

Representantes da Prefeitura de Juiz de Fora, do Legislativo, professores e pais de alunos se reuniram nesta segunda-feira 93) para discutir a docência compartilhada na rede municipal de ensino.

Durante o encontro, a secretária de Educação, Denise Vieira Franco, apresentou a proposta para o próximo ano: reavaliar as salas que já têm a docência compartilhada, ou seja, o professor principal e o professor de apoio para ajudar na educação da criança ou adolescente com deficiência. O assunto gerou polêmica entre os envolvidos.

“Na realidade nós vamos olhar a individualidade, cada trabalho dos profissionais no corpo da escola. Então não há o que se falar em desistência ou eliminação de um profissional que inclusive não tem na carreira. Hoje estamos na perspectiva de aumentar o escopo do tipo de atendimento para as individualidades”, explicou Denise.

A docência compartilhada que está sendo discutida, começou em 2007 com duas turmas. Hoje já são 616 e a proposta é que em 2019 todas essas turmas sejam reavaliadas por um departamento da secretaria de Educação. Questionada sobre a continuação destas salas, Denise afirmou que isso depende do caso da deficiência e das necessidades individuais das crianças.

Professores que trabalham na área também puderam falar sobre o assunto e questionar a mudança na reunião. Daniela Botelho trabalha desde 2014 em uma escola municipal da cidade e falou sobre as transformações. “O que eles estão defendendo é uma permanência do aluno com deficiência na escola e não a inclusão desse aluno”.

Protestos

Como ocorrido na sexta-feira (30), pais de alunos com deficiência protestaram sobre o assunto. “Nós tivemos a manifestação sexta-feira onde houve a conversa com o secretário de governo e o líder de governo e registramos eles falando que não haveria nenhum edital antes de uma conversa com os familiares, de um esclarecimento de um acordo entre ambas as partes. E para a nossa surpresa no domingo (3) foi publicado o edital”, disse a presidente do Grupo de Apoio a Pais e Profissionais de Pessoas com Autismo (Gappa), Ariene Menezes.

A secretária de Educação garantiu que questões pedagógicas e funcionais serão avaliadas, mas pais e também quem já teve a docência compartilhada reforçaram a importância do professor de apoio na sala de aula. “Desde novinho minha tia trabalhou comigo a escola me facilitou ter acesso às coisas pedagógicas com lúdico com várias formas de trabalhar, então é o que fez a diferença”, contou o professor Daniel Andrade.

“Para gente realizar uma inclusão plena, nós temos que ter profissionais capacitados. Nossos filhos com uma pessoa sem formação ficarão jogados, relegados ao acaso. É tudo que a gente não quer”, afirmou uma das mães, Alessandra Fernanda.

Posicionamentos

O MGTV apurou que o edital para contratação de auxiliares de apoio educacional citado na matéria não foi publicado no Atos do Governo da Prefeitura de Juiz de Fora. O edital foi divulgado no site da empresa Minas Gerais Administração e Serviços S.A. O documento apresenta detalhes para o preenchimento de vagas para os Municípios de Juiz de Fora e Matias Barbosa, mas ele não deixa claro se seriam contratações para rede municipal de ensino.

A Prefeitura informou ainda não existe um contrato firmado com nenhuma empresa para realizar esta contratação. O MGTV tentou entrar em contato com a empresa, mas até a publicação desta reportagem não houve resposta.

Publicação não saiu no Atos do Governo da Prefeitura — Foto: Reprodução/TV Integração

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