Pesquisa divulgada nesta terça-feira (10/5) pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) aponta que 68% dos eleitores declaram ter confiança nas urnas eletrônicas, enquanto 28% dizem não confiar. Outros 3% não sabem ou não responderam.

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Em época de eleição, as pesquisas eleitorais são, quase sempre, termômetros importantes para acompanhar o cenário político. No entanto, não é raro observar resultados divergentes entre pesquisas que foram realizadas durante o mesmo período. Isso, na verdade, não aponta erro, mas explica como certas metodologias adotadas por empresas podem influenciar resultados
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Quando não se entende como os estudos são feitos, é comum achar que institutos podem estar tentando manipular resultados. Afinal, por qual motivo as pesquisas eleitorais são tão diferentes e erram tanto, não é mesmo? A resposta é simples: dependendo do local, da escolha de abordagem e até do momento em que as pesquisas são feitas, os resultados podem divergir
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As pesquisas eleitorais são um retrato do momento que os dados foram coletados. Elas não funcionam em tempo real. Por exemplo, se a intenção de voto para um candidato A é alta, mas no dia seguinte as coisas mudam pois ele se envolveu em polêmicas, a pesquisa estará desatualizada e não corresponderá mais à intenção do público
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A metodologia utilizada também pode ser uma variante. As perguntas feitas pelas empresas e até mesmo a abordagem utilizada influenciam na resposta do público
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Por exemplo, levemos em consideração que a empresa B escolheu realizar a pesquisa eleitoral entregando uma lista com nome dos candidatos para que a pessoa possa circular. A empresa C optou por abordar verbalmente pessoas na rua para descobrir a intenção de voto delas. A chance da empresa A conseguir mais participantes na pesquisa é superior às chances da empresa C, e isso já influencia no resultado de uma para a outra
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Além disso, apresentar estímulos que podem afetar a resposta do eleitor, fazer a entrevista pessoalmente, por e-mail ou por telefone e até a ordem das palavras pode desestimular ou estimular a participação. Levando em consideração que várias empresas realizam enquetes, obviamente os resultados serão conflitantes
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O local onde as pesquisas são feitas também pode fazer diferença. Geralmente, áreas onde a renda dos habitantes é baixa, determinados partidos tendem a ganhar, assim como locais onde a renda dos habitantes é mais alta, a preferência por outro determinado partido é nítida. Se um instituto conseguir entrevistar mais pessoas em um local e não no outro, o resultado também será influenciado
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Ou seja, em termos práticos, as empresas, muitas vezes, não estão erradas. As diferenças metodológicas das pesquisas é que definem o resultado
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Apesar de o que possa parecer, as diferenças entre as pesquisas não são mal vistas. Elas, na verdade, ajudam os institutos a compararem os resultados e melhorarem a abordagem para obter resultados mais exatos no futuro
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Questionados sobre o comparecimento às urnas, 79% disseram que com certeza vão votar nas eleições de outubro. Outros 14% informaram ser provável que compareçam, enquanto 3% não devem votar. Os que deram certeza que não comparecerão somaram 1,4%.
A pesquisa ouviu 2.002 pessoas presencialmente, em 137 municípios de 25 estados, de 4 a 7 de maio deste ano. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais, para mais ou para menos. A pesquisa foi contratada pela MDA e registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número BR-05757|2022.
Urnas serão testadas neste mês
Apesar dos constantes questionamentos do presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), que acabaram por se tornar ponto importante do debate público, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) segue o cronograma das eleições sem qualquer alteração no planejamento.
Em abril, o chefe do Executivo voltou a colocar em dúvida os resultados eleitorais e a dizer que é necessário implementar as sugestões apresentadas pelas Forças Armadas ao TSE, para ampliar a confiabilidade do processo eletrônico de votação.
O presidente da Justiça Eleitoral, ministro Edson Fachin, no entanto, declarou que as mudanças consideradas indispensáveis já foram realizadas e que as urnas são seguras. “O voto é secreto, e o processo eletrônico de votação, conquanto sempre suscetível de aprimoramentos, é reconhecidamente seguro, transparente e auditável”, frisou.
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