“Ninguém está preparado para esta notícia, nem com dinheiro, nem com nada. É uma tragédia”, lamenta a estudante Thamires Pires, 19 anos, prima da vítima de feminicídio ocorrido, por volta das 8h, desta quarta-feira (3/8), na residência do casal, localizada na QNN 1, em Ceilândia Norte. Leandro Nunes Caixeta, 34 anos, é o principal suspeito de estrangular e matar a companheira Jeanne Pires dos Santos, 31 anos. A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) investiga o caso.
“Estamos todos arrasados pelo fato porque ninguém sabia que ele batia nela. A gente não sabia como eles viviam, não tínhamos os detalhes”, conta a prima. De acordo com a familiar, eles eram vizinhos e começaram a se relacionar há cerca de 12 anos. Durante o período, tiveram idas e vindas e o convívio era conturbado. Ela deixa uma filha de 11 anos, que não estava no local do crime na hora do ocorrido. Jeanne será velada na tarde desta quinta-feira (4/8), no Cemitério de Taguatinga.

Feminicídio Ceilândia 1
Jeanne Pires dos Santos, 31 anos, faleceu na manhã dessa quarta-feira (3/8), vítima de feminicídio
Reprodução/Facebook

Feminicídio Ceilândia 2
O companheiro, Leandro Nunes Caixeta, 34 anos, é o principal suspeito do crime
Reprodução/Facebook

Feminicídio Ceilândia
Jeanne deixa uma filha de 11 anos
Reprodução/Material cedido ao Metrópoles

Feminicídio Ceilândia 3
Este é o 12º caso de feminicídio ocorrido no DF em 2022
Reprodução/Material cedido ao Metrópoles
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Em nota, a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher 2 (DEAM) informou que Leandro procurou o posto do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), próximo à residência deles, pois a vítima estava com dificuldades para respirar. Os militares deparam-se com a vítima caída no quarto do casal e realizaram manobras de salvamento, sem sucesso. Ela faleceu na hora.
Ainda de acordo com a PCDF, Jeanne tinha registrado uma ocorrência, em 2021, na DEAM 2, mas o processo foi arquivado. De acordo com o Samu, a vítima teve parada cardiorrespiratória e apresentava hematomas pelo corpo.
Veja nota na íntegra:
A DEAM 2 – Delegacia Especial de Atendimento à Mulher, informa que, em relação ao crime de feminicídio ocorrido em Ceilândia, hoje, por volta das 8h, o suposto autor da agressão, companheiro da vítima, procurou o Posto dos Bombeiros, próximo a residência do casal, pois sua companheira estava com dificuldades para respirar.
Ao chegar no local, a equipe do CBMDF se deparou com a vítima caída no quarto do casal. Após realizaram manobras de salvamento, sem sucesso, a vítima veio a óbito no local.
Assim que iniciou o socorro, o suspeito fugiu do local. Durante o levantamento pericial foram evidenciados sinais de violência no corpo da vítima, indicativo de estrangulamento, mas apenas os médicos legistas poderão confirmar no Laudo Cadavérico essa informação.
A vítima, uma mulher de 31 anos, convivia com o suspeito há oito anos, e tinham uma filha em comum. Ela já tinha registrado uma ocorrência no ano de 2021 na DEAM 2, mas o processo foi arquivado, no entanto, não é possível saber o motivo do arquivamento devido a suspensão temporária do site do TJDFT.
Demais detalhes serão passados ao final da investigação, que seguirá em sigilo.
Violência contra mulher: identifique e saiba como denunciar

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***Violência contra a mulher
A violência contra a mulher é qualquer ação ou conduta que cause morte, dano ou sofrimento físico, sexual ou psicológico a ela, tanto no âmbito público como no privado
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***ARTE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER
Esse tipo de agressão pode ocorrer de diferentes formas: física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral
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***Violência contra a mulher
A violência psicológica caracteriza-se por qualquer conduta que cause dano emocional, como chantagem, insulto ou humilhação
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***violência contra mulher
Já a violência sexual é aquela em que a vítima é obrigada a manter ou presenciar relação sexual não consensual. O impedimento de uso de métodos contraceptivos e imposição de aborto, matrimônio ou prostituição também são violências desse tipo
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***violência
A violência patrimonial diz respeito à retenção, subtração, destruição parcial ou total dos bens ou recursos da mulher. Acusação de traição, invasão de propriedade e xingamentos são exemplos de violência moral
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A violência pode ocorrer no âmbito doméstico, familiar e em qualquer relação íntima de afeto. Toda mulher que seja vítima de agressão deve ser protegida pela lei
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***violencia contra a mulher
Segundo a Secretaria da Mulher, a cada 2 segundos uma mulher é vítima de violência no Brasil. A pasta orienta que ameaças, violência, abuso sexual e confinamento devem ser denunciados
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***07012021 RF _ Violencia domestica _ X denuncia violencia em farmacias_ 002
A denúncia de violência contra a mulher pode ser feita pelo 190 da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF), na Central de Atendimento da Mulher pelo 180 ou na Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam), que funciona 24h
Rafaela Felicciano/Metrópoles

***Violência contra mulher: denúncia em meios eletrônicos cresceu 16% no DF em 2020
O aplicativo Proteja-se também é um meio de denúncia. Nele, a pessoa poderá ser atendida por meio de um chat ou em libras. É possível incluir fotos e vídeos à denúncia
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***Campanha sinal vermelho
A Campanha Sinal Vermelho é outra forma de denunciar uma situação de violência sem precisar usar palavras. A vítima pode ir a uma farmácia ou supermercado participante da ação e mostrar um X vermelho desenhado em uma das suas mãos ou em um papel
Rafaela Felicciano/Metrópoles

***campanha sinal vermelho
Representantes ou entidades representativas de farmácias, condomínios, supermercados e hotéis em todo DF que quiserem aderir à campanha devem enviar um e-mail para sinalvermelho@mulher.df.gov.br
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***CEAM
Os centros especializados de Atendimento às Mulheres (Ceams) oferecem acolhimento e acompanhamento multidisciplinar. Os serviços podem ser solicitados por meio de cadastro no Agenda DF
Agência Brasília

***VIOLÊNCIA DOMÉSTICA
Os núcleos de Atendimento à Família e aos Autores de Violência Doméstica (NAFAVDs) oferecem acompanhamento psicossocial às pessoas envolvidas em situação de violência doméstica e familiar. O NAFAVD recebe encaminhamentos pela Justiça ou Ministério Público. Os autores de violência podem solicitar atendimento sem encaminhamento
Agência Brasília

***Você Não Está Só
A Campanha Mulher, Você não Está Só foi criada para atendimento, acolhimento e proteção às mulheres em situação de violência que pode ter sido consequência, ou simplesmente agravada, pelo isolamento resultante da pandemia. Basta ligar para (61) 99415-0635
Hugo Barreto/Metrópoles
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Casos passados
O caso dessa quarta soma-se aos outros 11 feminicídios registrados, em sete meses, no DF. No mesmo período de 2021, 16 mulheres perderam a vida pelo crime de ódio. Apesar da redução, os assassinatos seguem chocando e indignando moradores da capital federal. Todos envolveram selvagerias como esfaqueamentos, estrangulamentos, espancamentos, além da vítimas também terem sido alvejadas ou queimadas.
Junho foi o mês que encerrou com o maior número de casos de feminicídio em 2022; são três mortes. Em seguida:
- Janeiro – dois casos;
- Fevereiro – dois casos;
- Março – um caso;
- Maio – dois casos;
- Junho – três casos.
- Julho – um caso.
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