Após ter sido um dos alvos de atos terroristas promovidos por bolsonaristas radicais nesse domingo (8/1), o Palácio do Planalto passou por uma perícia para identificar os responsáveis pelo crime no prédio da Presidência da República.
Funcionários da Polícia Civil e da Polícia Federal marcaram as digitais de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no que restou das vidraças da fachada do prédio. O material vai auxiliar a investigação para punir os responsáveis e participantes envolvidos nos atos antidemocráticos.
Veja nas imagens abaixo:

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Digitais marcadas em vidraças do Planalto. Material auxiliará investigação na busca por responsáveis e participantes em atos terroristas
Mayara Oliveira/Metrópoles

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Digitais marcadas em vidraças do Planalto. Material auxiliará investigação na busca por responsáveis e participantes em atos terroristas
Mayara Oliveira/Metrópoles

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Digitais marcadas em vidraças do Planalto. Material auxiliará investigação na busca por responsáveis e participantes em atos terroristas
Mayara Oliveira/Metrópoles
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Um dia após o vandalismo, o Palácio do Planalto foi limpo. Havia cadeiras, vidros e móveis quebrados, além de obras de arte danificadas. Mais cedo, as vidraças da fachada da Presidência que foram destruídas nos atos começaram a ser retiradas.
Confira o momento:
O Salão Nobre do Planalto, que nesse domingo estava completamente revirado, passou por limpeza. No local, restaram os danos às paredes espelhadas e os vidros que cercam o prédio. Obras de arte foram recolhidas para reparos.
Veja:
No térreo da Presidência, o local onde ficava a galeria de todos os presidentes que governaram o Brasil agora está vazio. Além disso, quase toda a extensão do prédio está sem vidro.
Confira:
Patrimônio histórico destruído
Além dos vidros, o Palácio do Planalto teve obras destruídas por bolsonaristas. Segundo levantamento preliminar da Presidência, obras importantes, como o Relógio, de Balthazar Martinot, de valor inestimável; As Mulatas, de Di Cavalcanti, avaliada em R$ 8 milhões; e O Flautista, de Bruno Giorgi, de R$ 250 mil, também foram alvos dos atos antidemocráticos.

reprodução as mulatas
As mulatas, de Di Cavalcanti, principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos
Reprodução

As mulatas José Cruz Agencia Brasil
As Mulatas, de Di Cavalcanti
Foto: José Cruz/Agência Brasil

O Flautista
O Flautista, de Bruno Giorgi
Beto Barata

Relógio de Balthazar Martinot
Relógio, de Balthazar Martinot
reprodução

relógio destruído
Objeto de valor histórico inestimável ficou destruído

Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck
Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck
Foto: Divulgação
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De acordo com o Palácio do Planalto, os bolsonaristas destruíram obras que estavam no térreo, no primeiro e no segundo andares do prédio. Veja a lista abaixo:
No andar térreo:
- Obra “Bandeira do Brasil”, de Jorge Eduardo, de 1995 — a pintura, que reproduz a bandeira nacional hasteada em frente ao palácio e serviu de cenário para pronunciamentos dos presidentes da República, foi encontrada boiando sobre a água que inundou todo o andar, após vândalos abrirem os hidrantes ali instalados.
- Galeria dos ex-presidentes — totalmente destruída, com todas as fotografias retiradas da parede, jogadas ao chão e quebradas.
No 2º andar:
- O corredor que dá acesso às salas dos ministérios que funcionam no Planalto foi brutalmente vandalizado. Há muitos quadros rasurados ou quebrados, especialmente fotografias. O estado de diversas obras não pôde ainda ser avaliado, pois é necessário aguardar a perícia e a limpeza dos espaços para só daí ter acesso às obras.
No 3º andar:
- Obra “As mulatas”, de Di Cavalcanti — a principal peça do Salão Nobre do Palácio do Planalto foi encontrada com sete rasgos, de diferentes tamanho. A obra é uma das mais importantes da produção de Di Cavalcanti. Seu valor está estimado em R$ 8 milhões, mas peças desta magnitude costumam alcançar valores até 5 vezes maior em leilões.
- Obra “O Flautista”, de Bruno Jorge — a escultura em bronze foi encontrada completamente destruída, com pedaços espalhados pelo salão. Está avaliado em R$ 250 mil.
- Escultura de parede em madeira de Frans Krajcberg — quebrada em diversos pontos. A obra se utiliza de galhos de madeira, que foram quebrados e jogados longe. A peça está estimada em R$ 300 mil.
- Mesa de trabalho de Juscelino Kubitscheck — exposta no salão, a mesa foi usada como barricada pelos terroristas. Avaliação do estado geral ainda será feita.
- Mesa-vitrine de Sérgio Rodrigues — o móvel abriga as informações do presidente em exercício. Teve o vidro quebrado.
- Relógio de Balthazar Martinot — o relógio de pêndulo do Século XVII foi um presente da Corte Francesa para Dom João VI. Martinot era o relojoeiro de Luís XIV. Existem apenas dois relógios deste autor. O outro está exposto no Palácio de Versailles, mas possui a metade do tamanho da peça que foi completamente destruída pelos invasores do Planalto. O valor desta peça é considerado fora de padrão.
O diretor de Curadoria dos Palácios Presidenciais, Rogério Carvalho, disse que será possível recuperar a maioria das obras vandalizadas, mas estima como “muito difícil” a restauração do Relógio de Balthazar Martinot.
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