A eleição presidencial passou, vai fazer 5 meses, a polarização política que a tornou dramática, não. Em síntese, é o que revela a pesquisa Ipec (ex-Ibope) que entrevistou 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em 128 municípios do país entre os últimos dias 2 e 6.
Lula tem o que celebrar: 41% dos brasileiros consideram sua administração ótima ou boa, contra 24% que a definem como péssima ou ruim, e 30% apenas regular. Em março de 2019, a administração de Bolsonaro era tida como ótima ou boa por 34%.
O modo como Lula governa é aprovado pela maioria da população: 57% contra 35%. Leve-se em conta que em 8 de janeiro houve uma tentativa de golpe, o teste mais duro que Lula enfrentou até aqui, e que isso retardou a montagem do governo.
O problema é que o diabo mora nos detalhes, e Lula tem com o que se preocupar. Em março de 2003, Lula 1 alcançou 51% de ótimo e bom, e somente 7% de péssimo e ruim. No mesmo mês de 2007, o ótimo e bom de Lula 2 foi de 49%, e o péssimo e ruim de 16%.
Quer dizer: no terceiro mês dos seus dois mandatos anteriores, a administração de Lula foi mais bem avaliada do que a de agora. Márcia Cavallari, CEO do Ipec, observa:
“Considerando esse cenário [da polarização política], distinto do que Lula encarou nos mandatos passados, ele começa o governo num bom patamar”.
Os responsáveis por ele estar nesse patamar são os brasileiros que estudaram só até o ensino fundamental, os moradores do Nordeste, os com renda de até um salário mínimo por mês, e os católicos. Ou seja: os que lhe deram a vitória sobre Bolsonaro.
Os que votaram no ex-presidente Bolsonaro seguem dando as costas a Lula: 36% deles avaliam o governo como regular, e 54%, péssimo ou ruim. Entre os que votaram em Lula, 77% avaliam o governo como ótimo ou bom, e 22% regular.
Por regiões do país, a maior rejeição ao governo concentra-se no Centro-Oeste e no Norte, onde Bolsonaro obteve seus melhores resultados. No Sudeste, onde vivem 4 de cada 10 brasileiros, 33% aprovam o governo Lula, e 26%, não.
Por religião, os evangélicos estão onde sempre estiveram – contra Lula: 31% aprovam o governo, 32% o taxam de regular, e 32% de ruim ou péssimo. Só 39% deles dizem confiar em Lula, 58%, não. Na população geral, 56% confiam em Lula, e 43%, não.
Quanto ao golpe fracassado: 51% dos entrevistados isentam Bolsonaro de culpa, e 44% temem que o comunismo possa se implantar no Brasil. Os evangélicos são os que mais temem (57%). Mais dados da pesquisa podem ser lidos em O Globo.
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