Tombo da Hapvida derruba Bolsa; dólar fecha estável com fiscal em foco

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Se, nos dois últimos dias, as atenções do mercado se voltaram ao exterior, com as declarações do presidente do Federal Reserve (Banco Central dos Estados Unidos), Jerome Powell, sobre a política monetária, o cenário interno esteve em foco nesta quinta-feira (9/3).

Os investidores repercutiram a reunião entre os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e do Planejamento, Simone Tebet, que trataram do novo arcabouço fiscal, a ser apresentado ainda neste mês ao Congresso Nacional.

Em uma sessão marcada pela volatilidade, o dólar fechou estável, com ligeira alta de 0,02%, negociado a R$ 5,141.

Na cotação máxima do dia, a moeda americana foi a R$ 5,159. Na mínima, o dólar recuou para R$ 5,11.

No dia anterior, a moeda fechou em queda de 1%, cotada a R$ 5,139. Com o resultado desta quinta, o dólar acumula perdas de 1,6% em março e de 2,59% em 2023.

Embora o governo ainda não tenha detalhado como será o novo arcabouço, a ministra Simone Tebet disse, após a reunião com Haddad, que a proposta “vai agradar a todos”, inclusive ao mercado financeiro.

“O arcabouço que vai sair é um arcabouço que vai agradar a todos, porque atende os dois lados: o lado da preocupação em zerar o déficit fiscal do Brasil, que hoje se encontra em mais de R$ 230 bilhões, mas também atendendo à determinação do presidente da República de que nós não podemos descuidar dos investimentos necessários para o Brasil voltar a crescer”, afirmou Tebet.

Além da preocupação com o arcabouço fiscal, os investidores estão em compasso de espera pela divulgação de dados do relatório de emprego (payroll) dos Estados Unidos.

Bolsa cai

Principal indicador do desempenho das ações negociadas na Bolsa de Valores brasileira, o Ibovespa encerrou o dia com fortes perdas, puxado, principalmente, pelo tombo das ações da operadora de planos de saúde Hapvida, que recuaram quase 30% no pregão.

O principal índice da Bolsa caiu 1,38%, aos 105.071,19 pontos.

Na máxima do dia, o Ibovespa foi a 106,7 mil pontos. Na mínima, recuou para 105,1 mil pontos. O volume negociado no pregão foi de R$ 28,5 bilhões.

Na véspera, o Ibovespa fechou em alta de 2,22%, aos 106,5 mil pontos.

Hapvida derrete

O destaque negativo do dia foi o derretimento da Hapvida, cuja ação fechou o pregão registrando um tombo de 30%, negociada a menos de R$ 2.

Desde o dia 1º de março, quando a empresa divulgou seus resultados do quarto trimestre de 2022, que vieram abaixo do esperado, a desvalorização se acentuou. O valor de mercado da Hapvida caiu pela metade, para cerca de R$ 15,5 bilhões, em apenas sete pregões.

O tombo da Hapvida se deve ao comunicado emitido pela própria empresa dando conta de um possível aumento de capital por meio de emissão de novas ações, o que era descartado pelo mercado até então.

Em relatório, o Itaú BBA avalia que o cenário envolvendo a operadora é mais negativo do que o esperado inicialmente. Segundo os analistas do banco, as exigências regulatórias da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) limitam o volume de dinheiro que as operadoras podem utilizar para honrar suas dívidas.

A Hapvida, por sua vez, informou que “está constantemente avaliando oportunidades e alternativas para fortalecer sua estrutura de capital com sua base acionária, bem como com novos investidores, incluindo a possibilidade de emissão de novas ações em aumento de capital, o que dependerá de condições favoráveis de mercado e aprovações pelos órgãos sociais competentes”.

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