A chikungunya é uma infecção viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. Não há nenhuma vacina disponível ao público até agora que permita garantir imunidade à doença, mas este cenário parece cada vez mais próximo de mudar.
Um novo imunizante, criado pela Emergent Biosolutions e provisoriamente batizado de PXVX0317, apresentou resultados promissores na fase 2 do estudo clínico, segundo mostra um artigo publicado pelos pesquisadores na revista Science, na quarta-feira (17/5).
Vinte pessoas receberam duas doses do imunizante com intervalo de 28 dias entre a primeira e a segunda aplicação. Todas desenvolveram uma imunização progressiva que apresentou alta proporção de anticorpos um mês depois de recebida a primeira dose e alcançou o nível máximo no segundo mês, mantendo-se em níveis satisfatórios nos seis meses seguintes à administração da segunda dose.
Com os bons resultados, os testes da vacina agora irão para fase 3, onde um mais pessoas serão testadas para avaliar se a eficácia se mantém em grandes públicos. Foram selecionadas nos Estados Unidos pessoas de 12 a 65 anos de idade para participar da nova rodada do estudo.
Proteção contra outros vírus
O imunizante desenvolvido contra chikungunya demonstrou ser eficiente também contra vários tipos de alphavírus, neutralizando-os em uma média de 50% a 80% de sua potência. Os alphavírus são o conjunto de vírus da mesma família da chikungunya que podem causar infecções como a do vírus Mayaro e de três tipos de encefaleia equina.
Dengue, Zika e Chikungunya: saiba como diferenciar as doença

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Dengue, Zika e Chikungunya são doenças cujos nomes são conhecidos no Brasil. Os três vírus transmitidos pelo mesmo mosquito, o Aedes aegypti, têm maior incidência no país em períodos de chuva e calor, e apresentam sintomas parecidos, apesar de pequenas sutilezas os diferenciarem
Joao Paulo Burini

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Febre, dor no corpo e manchas vermelhas são sintomas comuns de todas as doenças. Apesar disso, a forma distinta como evoluem, a duração dos sintomas e o grau de complicação são algumas das diferenças entre elas
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Estar atento aos sinais e saber identificar as distinções é importante para um diagnóstico e tratamento precisos, pois, apesar do que se pensa, essas doenças são perigosas e podem matar
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Na dengue, os sinais e sintomas duram entre dois e sete dias. As complicações mais frequentes, além das já mencionadas, são dor abdominal, desidratação grave, problemas no fígado e neurológicos, além de dengue hemorrágica
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Além disso, dores atrás dos olhos e sangramentos nas mucosas, como a boca e o nariz, também podem acontecer em pacientes que contraem a dengue
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Os sintomas da zika são iguais aos da dengue, só que a infecção não costuma ser tão severa e passa mais rápido. Há, no entanto, um complicador caso a pessoa infectada esteja grávida
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Nestas situações, a doença pode prejudicar o bebê em formação causando microcefalia, alterações neurológicas e/ou síndrome de Guillain-Barré, no qual o sistema nervoso passa a atacar as células nervosas do próprio organismo
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Já os sintomas da chikungunya duram até 15 dias e, segundo especialistas, provoca mais dores no corpo, entre as três doenças
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Assim como a infecção pela zika, a chikungunya pode resultar em alterações neurológicas e síndrome de Guillain-Barré
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Apesar de não existirem tratamentos para as doenças, há medicamentos que podem aliviar os sintomas, bem como a indicação de repouso total. Além disso, aspirinas não devem ser utilizadas, pois podem piorar o quadro do paciente
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Caso haja suspeita de infecção por qualquer um dos vírus, é importante ir ao hospital para identificar do que se trata e, assim, iniciar o tratamento adequado o mais rápido possível
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O Aedes aegypti é um mosquito que se aproveita de lixo espalhado e locais mal cuidados e é favorecido pelo calor e pela chuva. Por isso, impedir a presença de água parada em sua casa, rua e empresa é o suficiente para travar a proliferação do inseto
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A vacina PXVX0317 é feita com uma técnica chamada de VLP (partículas semelhantes às de vírus, em inglês), onde se criam artificialmente partículas muito semelhantes em suas estruturas às de um vírus e se treina o imunizante usando-a. Para o imunizante da chikungunya, foram testados três tipos de variantes do vírus e a imunização contra eles foi igualmente efetiva.
Esta não é a única vacina que está em testes para combater a chikungunya. Além dela, são candidatas a MVCHIK, da Themis Bio, com vetor de vírus vivo atenuado de sarampo, que também completou com sucesso os ensaios clínicos de fase 2; e a VLA1553, da Valneva, desenvolvida com vírus vivo atenuado. Esta, atualmente em fase 3, demonstrou boa segurança e imunogenicidade.
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