Mercado vê inflação “saudável” e diz que Copom manterá ritmo de cortes

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O mercado financeiro recebeu com serenidade e otimismo o resultado do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, em agosto deste ano.

De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação no mês passado ficou em 0,23%, acelerando em relação ao 0,12% de julho, mas abaixo das estimativas. O consenso Refinitiv projetava que o IPCA fosse de 0,28% em agosto.

Segundo analistas e agentes do mercado ouvidos pela reportagem do Metrópoles, a aceleração da inflação nos últimos meses já era esperada e não será suficiente para mudar a rota anunciada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) em relação à taxa básica de juros, a Selic.

A elevação dos juros é o principal instrumento dos bancos centrais para controlar a inflação. Atualmente, a Selic está em 13,25% ao ano, depois de uma redução de 0,5 ponto percentual. Esse ritmo de queda da Selic deve ser mantido até o fim do ano. A próxima reunião do Copom está marcada para a semana que vem, nos dias 19 e 20.

Para o economista-chefe do PicPay, Marco Caruso, a inflação de agosto no Brasil veio em linha com o esperado e segue “saudável e atendendo às expectativas”.

“Olhando à frente, por ora mantemos nossa projeção de inflação para 2023 em 4,9%”, afirma. “Por um lado, os preços dos alimentos, principalmente os da cesta básica, em conjunto com os bens duráveis, servirão como âncoras para a inflação do ano. Por outro lado, o melhor momento dos preços dos bens industriais e das commodities internacionais parece ter ficado para trás, a exemplo do petróleo e eventuais efeitos do El Niño. Pelas últimas sinalizações do Copom, essa divulgação não muda a ideia de que o próximo corte de juros será novamente de 0,5 ponto percentual”, conclui Caruso.

André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, demonstra otimismo ainda maior sobre a trajetória da Selic, com possibilidade de uma redução mais forte a partir de dezembro.

“O número é positivo para o mercado. Isso reforça as apostas em um corte de 0,75 ponto percentual para a reunião de dezembro. Já para a próxima reunião, na semana que vem, o cenário segue inalterado para um corte de 0,5 ponto percentual da Selic”, afirma.

Veja a variação de todos os grupos pesquisados:

  • Habitação: 1,11%
  • Educação: 0,69%
  • Saúde e cuidados pessoais: 0,58%
  • Vestuário: 0,54%
  • Despesas pessoais: 0,38%
  • Transportes: 0,34%
  • Artigos de residência: -0,04%
  • Comunicação: -0,09%
  • Alimentação e bebidas: -0,85%

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