Falta macarrão e arroz nos pratos de comida oferecidos aos alunos das escolas públicas brasilienses, segundo denúncia do Conselho de Alimentação Escolar do Distrito Federal (CAE-DF).
Diante da série de denúncias de falhas na alimentação dos estudantes, o Tribunal de Contas (TCDF) começou uma auditoria na merenda escolar. De acordo com o órgão de fiscalização, a distribuição dos gêneros não perecíveis é feita a cada sete semanas.
A última entrega deveria ter sido concluída em 3 de novembro para que todas as escolas da rede pública tivessem os insumos para a execução do último cardápio do ano.
No entanto, o CAE flagrou a ausência de macarrão. Segundo os conselheiros, não há lotes do alimento para distribuição. No caso do arroz, a pasta possuí contrato, mas a entrega está atrasada. Por isso, parte das escolas está ficando sem o alimento para a merenda.
Na sexta-feira passada (10/11), o conselho fez uma diligência no depósito central da Secretaria de Educação no Setor de Armazenagem e Abastecimento Norte (SAAN). Durante a fiscalização, ainda observou a devolução de um lote de arroz.
Segundo o conselho, o motivo do recolhimento não foi explicado. Por outro lado a quantidade de biscoito a ser distribuída chamou a atenção.

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Segundo o CAE, faltam macarrão e arroz nas escolas públicas do DF
Material cedido ao Metrópoles

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O CAE flagrou a devolução de um lote de arroz
Material cedido ao Metrópoles

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De acordo com o conselho, todas as escolas deveriam estar abastecidas com os alimentos desde 3 de novembro
Material cedido ao Metrópoles

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Para o CAE, arroz e macarrão são alimentos básicos e indispensáveis aos alunos
Material cedido ao Metrópoles
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Atraso sem arroz
Na terça-feira (14/11), o CAE acompanhou a entrega de alimentos em diversas escolas no Gama e em Samambaia. Mas, segundo o conselho, além de estarem recebendo alimentos com atraso, pois deveriam estar abastecidas desde 3 de novembro, as escolas também não receberam arroz.
Na avaliação do CAE, macarrão e arroz são produtos essenciais para a composição do cardápio escolar. As escolas que não receberam novos lotes estão aproveitando o saldo das últimas distribuições ou solicitando transferência de dispensas de outros colégios.
Outro lado
O Metrópoles entrou em contato com a Secretaria de Educação sobre a questão. Por nota, a pasta afirmou que a entrega de alimentos não-perecíveis teve início em 6 de novembro, seguindo cronograma com base na ordem de recebimento dos alimentos no depósito central.
Sobre o lote de arroz devolvido, a pasta argumentou que a carga não atendia aos critérios de qualidade estabelecidos. Por isso, foi solicitada a substituição. O fornecedor foi notificado e, segundo a pasta, vai providenciar a entrega de um novo lote.
Leia a nota completa:
“A Secretaria de Educação informa que a distribuição de gêneros não perecíveis às escolas teve início em 06/11/2023, seguindo o cronograma de entrega com base na ordem de recebimento dos alimentos no depósito central.
Durante o procedimento padrão de recebimento no Depósito Central foi identificado que uma carga de arroz não atendia aos critérios de qualidade estabelecidos pela área técnica, em conformidade com as normas sanitárias e as especificações técnicas registradas nos editais e contratos de licitação. Imediatamente, foi solicitada a substituição dos itens. Ressaltamos que o fornecedor foi notificado e está providenciando a entrega de um novo lote em conformidade com os padrões estabelecidos pela SEEDF. Após essa reposição no depósito central, os itens serão distribuídos às escolas que receberam a entrega inicial sem arroz.
Garantimos que não há entrega de gêneros alimentícios vencidos, uma vez que a validade dos produtos não perecíveis fornecidos à SEEDF é de, no mínimo, 8 meses a partir da data de entrega, conforme especificações contratuais e Editais de Licitação.
Quanto ao macarrão, ele está incluído nos cardápios da alimentação escolar para as instituições que oferecem mais de uma refeição por turno. É relevante destacar que os cardápios são planejados com a alternância entre fontes de carboidratos (arroz, macarrão, batata doce, batata inglesa, cuscuz, pão, canjica) para atender aos critérios de percentual de carboidratos estipulados. Assim, salientamos que não há que se falar em falta de itens não previstos nos cardápios da alimentação escolar, sendo a definição dos itens de responsabilidade do Nutricionista Responsável Técnico do Programa.
A Secretaria de Educação reafirma o compromisso de proporcionar uma alimentação de qualidade aos estudantes, mesmo diante de desafios operacionais. Destacamos nosso empenho em garantir o bem-estar e a nutrição adequada dos alunos, criando um ambiente escolar propício ao aprendizado e ao desenvolvimento saudável.”