Rio: polícia vai intimar British Airways após caso de falsos assaltos

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Depois de confirmar que três tripulantes da companhia aérea British Airways mentiram em depoimento à polícia sobre supostos assaltos no Rio de Janeiro, a Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro (PCERJ) vai intimar o escritório da empresa britânica para prestar esclarecimentos a respeito do caso de falsos assaltos na cidade.

A Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat) quer entender se houve alguma orientação da British Airways no Brasil para seguir com uma história falsa, ou se tudo não se passou de um plano feito pelos próprios comissários de bordo.

Em nota enviada ao Metrópoles, a PCERJ confirmou que eles “mentiram no depoimento e sobre a dinâmica narrada ao registrarem a ocorrência”. Ainda segundo a polícia, o trio é investigado por falsa comunicação de crime.


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Conforme a Deat, dos vários crimes relatados por Grant Lawrence Wheatley, de 40 anos, Samantha Jo Naylor, 39, e Daniel Pickeiring, 31, apenas um teria ocorrido: o furto de um celular em Vaz Lobo, bairro na zona norte do Rio. Na ocasião, eles informaram à polícia que foram vítimas de assalto de três telefones e objetos pessoais.

Procurada pelo Metrópoles, a companhia aérea British Airways disse que “este é um assunto para a polícia”, além de que “a tripulação não deveria operar um voo no dia seguinte, conforme alegado”.

“Noitada” dos tripulantes da British Airways no Rio

De acordo com informações da PCERJ, em 5 de setembro, o trio saiu para uma “noitada” nas ruas da capital fluminense, quando “consumiram drogas e álcool e foram a um posto de gasolina abandonado, próximo a uma comunidade do Rio, onde continuaram o consumo de drogas”.

Ao G1, a delegada-assistente Danielle Bullus reforçou que “a investigação demonstra que eles não contaram a verdade” e que, possivelmente, o trio criou “essas histórias para tentar justificar provavelmente o comportamento inadequado, fora das regras da empresa”.

Imagem colorida dos tripulantes da companhia aérea British Airways - Metrópoles
Os tripulantes Grant (a esquerda), Samantha (centro) e Daniel (a direita) antes de sair para a “noitada” no Rio

Para a delegada titular da Deat, Patrícia Alemany, “o que causa espanto é como uma tripulação que tem uma função tão importante passar a noite inteira bebendo e usando drogas, sabendo que no dia seguinte eles teriam a responsabilidade de cuidar de dezenas de pessoas que viajariam por horas”.

Devido ao episódio na madrugada, a British Airways precisou adiar em um dia o voo BA-248, que faria o trajeto entre os aeroportos do Galeão (Rio) e de Heathrow (Londres).

Assalto forjado

À época, Samantha e Daniel alegaram que pediram um táxi em direção à Barra da Tijuca, onde estavam hospedados. Eles, no entanto, teriam sido levados para o posto em Vaz Lobo, onde os celulares foram roubados por 3 homens. Segundo a dupla, os criminosos teriam levado dois celulares e pertences.

Em depoimento, Samantha disse que tinha um telefone escondido, por onde conseguiu chamar um carro de aplicativo. No trajeto para o hotel, a dupla teria sido assaltada novamente por um homem em uma moto, que teria levado o último celular.

Já Grant contou que bebia na Pedra do Sal e conheceu uma mulher. Após minutos de conversa, ele teria ido ao banheiro e, na fila, tomou um gole de uma bebida. A partir daí, alegou não se lembrar de mais nada, só de ter acordado deitado em uma rua.