São Paulo é o único estado brasileiro que não aderiu ao Bolsa-Formação, projeto do Ministério da Justiça que prevê bolsas de R$ 900 para a formação de policiais e bombeiros.
Durante o lançamento do projeto nesta terça-feira (7/11), em Brasília (DF), o ministro da Justiça Flávio Dino lamentou a não participação de São Paulo, mas sem citar o estado comandado pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
“Agradeço o engajamento de todo o país, com exceção infelizmente de um único estado que não aderiu ao programa, mas todos os demais aderiram e, com isso, nós temos uma representatividade nacional que é essencial em um país tão vasto territorialmente e demograficamente”, afirmou Dino.
Em nota enviada ao Metrópoles, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo justificou que a não adesão à Bolsa-Formação foi por questão técnica, pois os temas propostos pelo governo federal já estariam contemplados em cursos de formação e reciclagem do estado.
“A pasta mantém uma relação profissional e profícua com o órgão federal, inclusive com parcerias para o combate ao crime, à intolerância e aos diversos tipos de desigualdade”, escreveu em trecho da nota.
Cursos a distância
O Bolsa-Formação é vinculado ao Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2), criado no segundo governo Lula em 2007 e retomado na atual gestão petista. Essa retomada do programa é coordenada pela assessora especial Tamires Sampaio.
São oferecidas 100 mil vagas de cursos a distância para policiais civis, militares e penais, além de bombeiros militares, peritos criminais e guardas municipais. O investimento é de R$ 90 milhões.
Entre os cursos oferecidos estão instrução a justiça restaurativa, enfrentamento à desigualdade racial no Brasil, redução da violência contra mulheres e uso de novas tecnologias.