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Saca do café arábica sobe e chega aos R$ 1,4 mil

Lucratividade deixa produtores otimistas mesmo com queda na safra

 

O preço da saca de café arábica está acima de R$ 1 mil desde fevereiro deste ano. Em 2023, a saca era vendida em torno de R$ 860; agora a média para venda é de R$ 1,4 mil. Esta alta no preço pode ser explicada por fatores climáticos e uma maior procura do mercado exterior.

O Vietnã, no sudoeste asiático, é a maior região produtora de café robusta em todo o mundo. Com problemas climáticos que afetaram a produção local, o mercado está com pouca oferta de grão.

Diante do cenário, é necessária uma demanda maior de cafés brasileiros. No entanto, a expectativa de produção no Brasil não é como o esperado.

“A previsão atual dessa safra foi frustrada exatamente por questões climáticas que foi desenvolvendo no final do ano de 2023 e nesse início desse ano 2024. Então os produtores, na hora que ele começa a fazer a sua colheita, eles começam a ver que o grão ele vem em menor volume e em menor tamanho. Então, com isso, frustra a expectativa que era em torno de 58 milhões de sacas. Então, com menor oferta no mercado, isso ajuda a sustentar os preços e até mesmo a elevar’, explicou Renato Fontes, professor de economia da Ufla.

Segundo o professor de economia, a produção de café é uma commodity e, assim como as outras, é regulada pela oferta e demanda no mercado. A alta no preço da saca poderá amenizar os desafios enfrentados pelos produtores no Brasil durante a colheita, como o adiantamento da maturação dos grãos.

“A gente teve esse problema no mercado produtivo do Vietnã. Então uma menor oferta do café no Vietnã pressionou os preços para se elevarem. E isso refletiu aqui também no Brasil. Apesar de não ser o mesmo tipo de café, lá o café robusta e aqui o café arábica, mas são interligados no processo de agro inicialização. Para o produtor, isso foi uma maneira de melhorar a sua capacidade financeira, porque o produtor vive da venda do seu café e o preço da saca impacta diretamente na análise econômica dele”, explicou.

Ainda de acordo com o especialista, é necessário esperar o fator climático para analisar tendências relacionadas à produção e preço de café no próximo ciclo.

“O fundamento climático de seca que vem afetando a produção, ele pode também ocorrer para a próxima safra aqui no Brasil. Então, qualquer movimento de especulação de preço vai esperar o ciclo normal do café, que é a partir de setembro outubro. Se não houver chuvas em abundância e necessidade para a próxima safra, é uma tendência que o café se mantenha em preços elevados, porque essa vai ter uma menor oferta”, disse.

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